quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Há amor antes de tudo

Todos os anos, muitos comemoram o Natal como uma festa religiosa. Outros apenas aderem às bebidas, comidas, aos presentes e ao prazer disso tudo junto. Alguns ainda esperam a chegada do Papai Noel. Respeito todos os significados e compartilho as alegrias que cada um traz a sua maneira. Mas este ano, o Natal terá outro efeito pra mim. Não sei se essa mudança é conseqüência do pensar tanto, durante mais de anos, na minha pesquisa e nas extensões que o conceito de humanismo trouxe para minha vida...

Então, com toda a responsabilidade que assumo quando escrevo, desejo muito que as pessoas continuem comemorando o nascimento de um ser humano que tinha compaixão por seus semelhantes. Que sigam o exemplo de um ser humano que acreditou em seus princípios e lutou por eles até o fim. Que compartilhem o amor incondicional. E que acordem pensando o quanto é importante cultivar seus quintais muito mais do que competições, inimizades e currículos.
O Natal, antes de tudo, precisa ser lembrado como uma festa de humanos, não de seres que agem como animais famintos durante 364 dias e em um dia apenas tentam se lembrar que ainda há amor dentro de si...

Feliz Natal para todos!
Maricota

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Coragem coração!

O medo e a rejeição andam de mãos dadas. Qualquer decisão se torna mais difícil à medida que as pessoas discordam das suas opiniões. Ao invés de ponderar sobre a diversidade de maneiras de perceber a mesma realidade, entramos no buraco negro do medo. Iniciamos o trabalho de boicote àquela coragem, a qual existia antes de falar com "todo mundo". Vamos amansando, afinando e (por que não?) definhando...Não suportamos a idéia de não sermos aceitos, de não fazer parte de um mundo de visões configuradas, diagramadas e publicadas.

- Temos que buscar o sucesso! Temos que ser magros! Temos que andar com os cabelos esticados! Temos de ter carros de luxo! Temos de ser independentes! Temos que gerenciar até o ingerenciável! Temos de ter filhos inteligentes! Temos de ser supra sumos dos qualificados! Temos que ser felizes! Sorria, você está sendo filmado (sempre)!

Tanto ter que você se perde, e vai se separando cada dia mais um pouco do que realmente significa ser. Por vezes, concorda com consensos absurdos, mesmo quando sua resposta seria outra. Tudo, menos a rejeição! E esse fio entre ser e seguir é tão bambo que o sentimento de despreparo pra vida se estabelece.

A gente cresce, deseja muitas coisas, tem que se bancar, passa a buscar, mas se não tiver maturidade pra enfrentar as rejeições, vai se tachar sempre como "o despreparado". Será que estamos sempre tão aquém em relação aos outros? Você precisa de modelos para suas mensurações?

As perguntas mudam todos os dias, o que nos falta, na maioria das vezes, é coragem para assumir as consequências das decisões.


segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Provocação

Por que as sociedades criam heróis?

Já que as criações são em rede, as discussões também...nada melhor que polemizar! Aguardo opiniões.

Ass: Maricotinha

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

sentimentos em transe

Refletir sobre como não podemos nos deixar levar pela Rede de conselheiros é um tanto mais confortável do que falar sobre o desejo de ocupar o lugar de conselheiro. É uma tensão entre a paixão de resolver “os problemas do mundo” e a sensatez de não pegar o telefone e maldizer o outro que agiu conforme você não queria. Minha avó chama isso de “fazer ouvido de mercador”, ou seja, ver, ouvir e ignorar pela complexa razão de que você não tem nada com isso ou aquilo. Mas qual sua válvula de escape? Não adianta dizer, “esquece menina”, porque a frase não tem o efeito especial de sumir com a preocupação. Bem, meu jeito é escrever. Então, fiz algumas reflexões sobre como seria meu diálogo com alguém que não tem ainda consciência da minha preocupação por ela.

Um dia você vai compreender o que escrevi...
Será mais esperta do que eu e me perguntará o porquê de tanto sofrimento por algo contornável, ou não. Explicarei que crianças e adultos não se entendem tão bem como imaginamos. Nossas reações aos mesmos fatos provocam níveis de angústia diferentes. Não sabemos medir o quanto vocês se magoam com nossos comportamentos. Por isso que, ao lhe negar algo, posso sentir uma leve fisgada de arrependimento por vê-la chorar, mas nunca conhecerei a extensão do estrago que causei. Por outro lado, posso morrer de remorso, chorar e você sentir uma pontada de raiva, a qual o tempo e a idade a farão esquecer. Não podemos sentir o mesmo tanto? Olha, até podemos, mas quem vai conseguir mensurar?

Não se assuste, querida, com minhas suposições, o fato é que adulto se esquece de como é ser criança. Vocês estão em vantagem em relação aos nossos maus modos, pois ainda serão adultos, há esperança nisso. Entenda uma coisa apenas: Os desejos e as possibilidades são muito diferentes. Amar alguém é doar e não esperar a doação. Compreende?

Bem, mas por hora, a minha doação é te amar numa quantidade independente de ter ou não seu abraço apertado pela manhã, seu sorriso iluminado ou seus beijinhos de longe. Eu a amo de um jeito que nem os desenhos desajeitados, nem os cantos sem ritmo, nem as gargalhadas altas podem traduzir meus sentimentos. Entretanto, penso que em cada gesto meu você sentirá um tanto ou um pouco do meu amor, e é por isso que vale a pena lhe amar tanto.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Pausa pra historinha

- Alô, quem é?
- Sou eu, uai! Ligou pra mim no celular, desembucha!
- Ah... Nada não. É só pra saber se você está bem.
- Tá tudo ótimo, mas na correria sem poder falar agora.
- Tá bom, depois te ligo.
- Tá bom, tchau, beijos.
Nossa, perdi um tempo danado com essa ligação. Será que vai dar tempo de terminar o texto, mandar pra gráfica, pegar a prova e levar para a empresa? Será que consigo passar no salão depilar, arrumar meus cabelos, pegar o sapato no conserto, arrumar o jantar lá em casa e chegar na hora exata da inauguração? Se conseguir pegar um taxi até o salão, acho que chego a tempo da fala do diretor... É a parte mais importante porque ele pode me procurar na platéia e ver que estou atrasada.
- Alô!
- Oi, Maricota!
- Oi, beleza? Olha to apertada, depois te ligo.
- Ah, tá. Era só pra saber se você gostaria de sair hoje comigo.
- Hoje não dá, não tenho tempo pra cuspir. Beijo.
- Tá depois ligo, beijo.
Ai, esse telefone não para de tocar, é tanta coisa, o que eu tava pensando mesmo?
- Mariana, tem que mandar mais esse texto junto com o outro, o chefe pediu.
- Quê? Não acredito! Ai será que vai dar tempo de terminar esses dois textos, mandar pra gráfica...


E assim o tempo passa, a paranóia aumenta. A pessoa pode até dar conta de tudo, mas o sofrimento foi tão grande, que ao final do dia, não é possível saber se o cansaço foi mais por causa do trabalho ou de toda a ansiedade gerada. É assim com muitas mulheres, principalmente. Essa tendência para resolver cinco coisas ao mesmo tempo até que geram bons resultados. Mas se a ansiedade não estiver na história, o que pode ser considerado raro.
Durante quase toda minha vida ela esteve presente. Dores de cabeça e barriga eram freqüentes. Gostava da eficiência, de resolver tudo, entregar nos prazos e achava que era ansiosa mesmo e não tinha jeito. A coisa tomou uma dimensão que eu não esperava. Passei a sentir dores e enjôos horrorosos. Chorar e não sentir fome! Não sentir fome? Puta merda, é o fim do mundo! Quem já me conheceu nesta vida reclamando: “ai que falta de apetite”. Bom, isso era um sinal gravíssimo! Aí, a gente acorda pra vida, ouve quem quiser e procura tratar com os especialistas no assunto. Não precisa contar todo o caminho porque é tão comum como feijão com arroz! Essa historinha não é pra encher meu blog, tudo bem que tem um bom tempo que não sento a bunda na cadeira pra dizer algo que estou a fim. A moral da história é a seguinte: está maricotamente comprovado que vida sem problemas e horários é quase impossível, mas há vida sem ansiedade. É possível existir espécies que resistem à ansiedade. Estou me tornando uma delas. E sinceramente, que Maricota legal tenho me tornado! Bacana ver tudo pipocando e você resolvendo uma coisa de cada vez sem a palavra depois bombardeando seus pensamentos. Como é gostoso ser você de verdade. Porque ninguém é ansioso, se torna ansioso. Acredito nisso.
É essa a historinha de hoje. Se conselho fosse bom a gente vendia. Então, a rede é sua ,uai! Cuide-se! Beijocas!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Se vídeo e texto podem andar juntos, ligo então as mãos do vídeo do Marcelo Motta, reproduzido abaixo, e o trecho de um livro sensívelmente postado por minha amiga Maya em um dos seu comentários a este blog.

Boa viagem!
beijocas da Maricota.

“Há os que não reconhecem seus atributos. Os outros é que tem valor. Os outros é que sabem e agem corretamente. A norma é segui-los. É agir como eles agem. É copiá-los. Estéril mimetismo. Arremedo existencial. É abandonar a própria identidade. É recusa a originalizar algo de próprio, como diria Ricouer. Tal atitude é catastrófica. Arruína o destino humano. Esquece que toda pessoa pode criar algo de novo, e colocar no mundo gesto original por modesto que seja. Todo ser humano deveria descobrir, amar e cultivar seu valor pessoal, para o crescimento de todos. A diversidade de valores pessoais e de recursos sociais, expressa a imensurável potência que a humanidade tem para escolher rumos e destinar-se historicamente. Se não fossemos diferentes, o tédio sufocaria a história, e a rotina infecundaria os grãos da criatividade. É pela originalidade, plantada em cada existência humana, que o mundo deixa de ser monotonia para ser politonia. E, com tons diferenciados, o universo poderá ensaiar nova destinação”. (ARDUINI, Juvenal. Destinação antropológica. São Paulo: Ed. Paulinas, 1989. p. 66-67).

MARCELO MOTTA -- FESTA MARAVILHA (MR. MIGAS PARTY) -- Clipe Oficial.wmv

terça-feira, 8 de junho de 2010

Na Sala

- Boa tarde, senhora. A razão da reunião é porque seu filho não consegue acompanhar a escola. Sugiro que tente adaptá-lo a outro sistema de ensino.
- Sugiro que vocês me expliquem qual é o real sistema desta escola.
- Bem, como a senhora pode ver, a cada ano, cresce o número de alunos que passam nas primeiras colocações do vestibular. Temos pessoas brilhantes aqui, ou seja, que conseguem se destacar porque nosso sistema é excelente.
- Então, aqueles que não seguem o padrão são ruins demais para a escola, alunos medianos, sem brilho para o sistema?
- Não senhora, eles devem ser bons sim, mas não se adaptaram ao nosso ritmo!
- É muito engraçado... Sempre achei que o desafio era a escola despertar o interesse do aluno para que ele sentisse feliz, à vontade para aprender. Mas não, ao contrário vocês limitam qualquer que seja o desejo desses meninos. Na verdade, a necessidade vem da direção: aumentar as estrelas que passam no vestibular.
- Falando desse jeito a senhora nos compara a um quartel ou a qualquer ranço desse gênero.
- Que isso! Não resuma tudo em ditadura! Falar dessa maneira torna tudo simplista!
- A questão é delicada, entendo, mas precisamos ver esse caso o quanto antes.
- É verdade, o que é um molde? Belo e estúpido achismo! Quase uma crença! Métodos e modelos servem pra ajudar. Quando a escola se restringe a seguir, acaba qualquer tesão, tanto dos alunos, quanto professores.
- Acha que podemos tirar as aulas da cachola?
- Podem ouvir seus alunos, prestar atenção nas angústias e apelos.
- Não somos psicólogos, minha senhora, somos professores.
- Entendo as dificuldades, vocês não tem uma série de obrigações, são mesmo da família. Bom, diante desse cenário, o jeito é procurar outra escola.
- Vai ser melhor pra ele.
- Olha, a resposta ainda não sei. Está difícil dizer o que é melhor pra ele, porque o ensino tem se transformado em aglomerados produtivos. Cada um com seus métodos, pessoas, e padrões. Fico me perguntando, será que atendem ao mínimo dos anseios humanos?
- A gente não pode mudar toda hora, o modelo é necessário!
- Sim, ele tem seu lugar... Mas fique com uma pergunta: o que seriam das invenções sem criatividade, riscos e extrapolações de modelos?
- Senhora, aguardamos o pedido de transferência do seu filho.
- Sem dúvida o farei.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Fé move pressões

Precisamos controlar nossas paixões para sobreviver ao mundo externo, pois imagine se cada um vivesse de acordo com seus impulsos irracionais? Bem, somos parte de um processo de civilização das sociedades, partindo de uma visão grosseira sobre as teorias da civilização. Como queremos “adequar” ao meio em que vivemos, vamos aderindo às regras sociais e, no uso das faculdades mentais, negociando entre paixões e razões... Isso certamente nós trará boa dose de ansiedade, stress, contrariedade, pois imagine (a bem grosso modo) você louca pra voar no pescoço do sujeito que te sacaneou puxando-lhe o tapete num grande projeto e tendo que se reunir com ele na segunda porque é seu chefe. Temos escolhas é claro, mas entre elas há o meio termo da negociação entre razão e emoção, o qual fica a cargo da inteligência... E nas altas tensões, onde a negociação entre essas forças está em grande freqüência, nos sentimos vulneráveis, aptos a encontrar apoio numa experiência que proporcione certa tranqüilidade. Há quem goste das sessões de terapia, outros de cantar no chuveiro, outros de danar a comer, outros de meditar e outros de agarrar à religiosidade (não descartando as inúmeras outras opções).
De todas essas escolhas, a minha preferida para falar hoje é sobre um dos efeitos da religião. Independente do credo, o fator de se agarrar a algo sobrenatural é fantástico aniquilador de tensões. Sem nenhuma crítica, a questão aqui é falar que tem toda razão os cientistas americanos em defender o fator fé, estudado num meio de pessoas idosas, como responsável também por reduzir as chances de problemas cardiovasculares (ver em http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2010/05/fe-previne-doenca-cardiovascular-afirma-estudo-americano.html) Não tenho conhecimento técnico do assunto, por isso atenho a minha simplista interpretação, concordando com o resultado do estudo. Pensando bem, imagine que você tem um problema sério na família e não pode contar a ninguém como está se sentindo ao longo dos dias? Como ficaria? No meu caso me sentiria estressada, preocupada, distraída, com insônia e os sintomas só piorariam. Mas se tem a permissão de contar ao seu melhor amigo? O problema continua, entretanto você tem a sensação de dividir o peso, de ter alguém pra contar, mesmo que ele não resolva, sendo sua presença na história apenas um fator “fictício” de possibilidade de ajuda. Isso já altera muita coisa. E aí fica mais “leve” e talvez tenha tempo para raciocinar sobre a resolução do problema ao invés de martelar o quanto tem sido difícil, aumentando o stress, pressão cardiovascular e dores de cabeça. Penso que a religião atue semelhantemente. Você compartilha o problema com Deus (ou Deuses ou os santos, entidades no caso de muitas religiões) e acredita que dividiu a carga com alguém que te ajudará. É uma situação fictícia, pois não existe, mas a sua fé faz com que ela passe a ser “real”. A partir daí você não está mais sozinho, não tem que “resolver” tudo sozinho, existe alguém para lhe ajudar e a responsabilidade (mesmo que você racionalmente saiba que deuses não batem cartão) fica mais equilibrada. Então, vale a pena ter fé?
Bem, segundo os estudos científicos (que ainda são estudos) a mudança de comportamento em relação à fé traz benefícios à saúde, mas quando entramos no assunto das REDES, me permito dizer: faça o que achar melhor! Viva a experiência que acreditar que vai aliviar seu stress, dividindo seus problemas com o sobrenatural, com analistas, com amigos ou digerindo-os num ato solitário. O importante é sentir-se bem sem perder a noção de quem é a responsabilidade, já que deseja ser você mesmo, com toda condução que existe em seu fio de vida... Boa decisão!

terça-feira, 23 de março de 2010

segunda-feira, 22 de março de 2010

Por um fio



Pediu pingado e pão besuntado com manteiga. Vinte minutos pra decidir sobre a proposta da mulher. Era pegar ou largar.

Mastigava pensamentos...

“Mas Gustavo, você ficou louco? Como vai largar tudo e se mudar pra um lugar que não tem nem luz elétrica!”

“Que isso! Você é o máximo! Vai com a cara e a coragem abrir um restaurante na praia! Que manero, lugar alternativo! Estou com inveja de você amigão.”

“Puta merda! Sabia que aquela mulher não lhe faria bem. Deu nisso! Agora aquela impulsiva vai te carregar pro inferno! Olha, não quero intrometer, mas você não era assim, acho que é influência dela. Tudo culpa dela!”

“Ai que romântico Gustavo! Jantares à luz de velas naquela praia maravilhooooooosa! Minha amiga tem muita sorte de ter um marido como você.”

“Por mim, Gustavo, você vai pra China, mas não se esqueça de pagar a pensão religiosamente todo dia cinco! Já pensou que seu filho vai crescer sem conviver com o pai?”

“Barrigada perdida! Cada dia tenho mais certeza que não adianta nada a gente pagar universidade, MBA, aula de judô, natação! Que desgraça! Vai pegar seus diplomas e usar numa cozinha? Você tá pensando o que da vida? Que tudo é muito fácil?”

Engoliu os “conselhos” com a comida. Quem ele preferia ser? Louco, alternativo, camisolão, romântico, desnaturado, irresponsável? O fio do medo tomou conta da espinha. Um arrepio. Queria aquilo. Mas como explicar pra todo mundo? Cinco minutos...Putz! Logo agora aquela dor de barriga. Não podia esperar decidir? Garçom, a conta! Rápido!

sexta-feira, 19 de março de 2010

Escolhi começar as postagens no blog com a música que Carmem Miranda interpretou com tanto sucesso porque, pra mim, ilustra a atuação da REDE em assuntos particulares...
Bem verdade estamos num século em que negar o poder das REDES sociais para a negociação de bens e serviços é pedir pra ser apedrejado. Lidamos com uma lógica de mercado que exige saber transitar entre as diferentes ferramentas da comunicação. E para estar aberto a esse mundo, onde o relógio parece correr contra nossas preocupações "caseiras", negociar na REDE tem exigido muitas estratégias, entre elas gosto de citar a criatividade, o senso de inovação e a busca pelo conhecimento.
Mas, a REDE a que me refiro são as das relações pessoais. Não é aquela que gera negócios. Pode até gerar, pois não podemos desconsiderar o "recebi um e-mail de fulano dizendo que lá na empresa do irmão estão precisando de gente na sua área, aí te indiquei". Sabe como? Então, esse tipo de coisa vive acontecendo e, ligados nisso, temos alimentado nossos contatos de REDE. Bom, mas existe um outro aspecto dessa REDE pessoal que quero tratar neste blog com mais delongas. Se trata da popularmente chamada "mania de dar pitaco na vida alheia". O processo de opiniões pipocando na sua vida é tão "natural" que há momentos em que perdemos a noção de quanto somos nós mesmos. Namorar, casar, ter filhos, separar, todas as fases geram burburinhos, evoluem para coro composto pelos integrantes da REDE que se acham competentes para decidir sobre a vida dos amigos. Esperem! Não sou benta nesta história! Já dei pitacos e mais pitacos. Mas também experimentei o inverso, como todo mortal...
Muitos vão dizer que agem como pensam...Se você diz, quem sou eu pra duvidar. Mas sinceramente, já parou pra avaliar quanta coisa você faz porque é valorizado por terceiros? Quantas decisões importantes sobre quem e quando escolher você tomou sem se importar muito com o seu valor? É ingênuo não mencionar que valor é construído socialmente, na cultura em que estamos inseridos, na família em que nascemos. Essas REDES estão antes de nós, note a frase "quando tiver um filho, quero que siga a profissão do avô". O indivíduo não colocou nem o dedinho pra fora da barriga da mãe e tem gente querendo querendo querendo... Sonhos, desejos, querer o bem é humano e muitas vezes um sentimento maternal.
E assim, botamos o pezinho no mundo e começamos a engordar nossa REDE. Aí vem a questão: isso é ruim? Acredito que não. Até porque vivemos em sociedade e REDES é princípio básico. A reflexão aqui é como "conectamos" em REDE sem perder o fio condutor.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Me disseram que voltei americanizada
Com burro do dinheiro
Que estou muito rica
Que não suporto mais o breque do pandeiro
E vivo arrepiada ouvindo cuíca
Disseram que com as mãos
Estou preocupada
E corre por aí um certo zum zum
Que já não tenho molho, ritmo, nem nada
E dos balangandans já "nem" existe mais nenhum
Mas pra cima de mim, pra que tanto veneno
Eu posso lá ficar americanizada
Eu nasci com o samba e vivo no sereno
Topando a noite inteira a velha batucada
Nas rodas de malandro minha preferidas
Eu digo mesmo eu te amo, e nunca I love you
Enquanto houver Brasil
Na hora das comidas
Eu sou do camarão ensopadinho com chuchu.

Disseram que eu voltei americanizada
Carmem Miranda
Composição (Luis Peixoto e Vicente Paiva)