Refletir sobre como não podemos nos deixar levar pela Rede de conselheiros é um tanto mais confortável do que falar sobre o desejo de ocupar o lugar de conselheiro. É uma tensão entre a paixão de resolver “os problemas do mundo” e a sensatez de não pegar o telefone e maldizer o outro que agiu conforme você não queria. Minha avó chama isso de “fazer ouvido de mercador”, ou seja, ver, ouvir e ignorar pela complexa razão de que você não tem nada com isso ou aquilo. Mas qual sua válvula de escape? Não adianta dizer, “esquece menina”, porque a frase não tem o efeito especial de sumir com a preocupação. Bem, meu jeito é escrever. Então, fiz algumas reflexões sobre como seria meu diálogo com alguém que não tem ainda consciência da minha preocupação por ela.
Um dia você vai compreender o que escrevi...
Será mais esperta do que eu e me perguntará o porquê de tanto sofrimento por algo contornável, ou não. Explicarei que crianças e adultos não se entendem tão bem como imaginamos. Nossas reações aos mesmos fatos provocam níveis de angústia diferentes. Não sabemos medir o quanto vocês se magoam com nossos comportamentos. Por isso que, ao lhe negar algo, posso sentir uma leve fisgada de arrependimento por vê-la chorar, mas nunca conhecerei a extensão do estrago que causei. Por outro lado, posso morrer de remorso, chorar e você sentir uma pontada de raiva, a qual o tempo e a idade a farão esquecer. Não podemos sentir o mesmo tanto? Olha, até podemos, mas quem vai conseguir mensurar?
Não se assuste, querida, com minhas suposições, o fato é que adulto se esquece de como é ser criança. Vocês estão em vantagem em relação aos nossos maus modos, pois ainda serão adultos, há esperança nisso. Entenda uma coisa apenas: Os desejos e as possibilidades são muito diferentes. Amar alguém é doar e não esperar a doação. Compreende?
Bem, mas por hora, a minha doação é te amar numa quantidade independente de ter ou não seu abraço apertado pela manhã, seu sorriso iluminado ou seus beijinhos de longe. Eu a amo de um jeito que nem os desenhos desajeitados, nem os cantos sem ritmo, nem as gargalhadas altas podem traduzir meus sentimentos. Entretanto, penso que em cada gesto meu você sentirá um tanto ou um pouco do meu amor, e é por isso que vale a pena lhe amar tanto.
Um dia você vai compreender o que escrevi...
Será mais esperta do que eu e me perguntará o porquê de tanto sofrimento por algo contornável, ou não. Explicarei que crianças e adultos não se entendem tão bem como imaginamos. Nossas reações aos mesmos fatos provocam níveis de angústia diferentes. Não sabemos medir o quanto vocês se magoam com nossos comportamentos. Por isso que, ao lhe negar algo, posso sentir uma leve fisgada de arrependimento por vê-la chorar, mas nunca conhecerei a extensão do estrago que causei. Por outro lado, posso morrer de remorso, chorar e você sentir uma pontada de raiva, a qual o tempo e a idade a farão esquecer. Não podemos sentir o mesmo tanto? Olha, até podemos, mas quem vai conseguir mensurar?
Não se assuste, querida, com minhas suposições, o fato é que adulto se esquece de como é ser criança. Vocês estão em vantagem em relação aos nossos maus modos, pois ainda serão adultos, há esperança nisso. Entenda uma coisa apenas: Os desejos e as possibilidades são muito diferentes. Amar alguém é doar e não esperar a doação. Compreende?
Bem, mas por hora, a minha doação é te amar numa quantidade independente de ter ou não seu abraço apertado pela manhã, seu sorriso iluminado ou seus beijinhos de longe. Eu a amo de um jeito que nem os desenhos desajeitados, nem os cantos sem ritmo, nem as gargalhadas altas podem traduzir meus sentimentos. Entretanto, penso que em cada gesto meu você sentirá um tanto ou um pouco do meu amor, e é por isso que vale a pena lhe amar tanto.