Há dias em que me bate uma saudade de
pessoas que ainda estão aqui, mas já não são as mesmas de antes.
Cheio de significados isso que disse? Então melhor explicar com
exemplos. Sinto uma falta das crianças as quais me apeguei quando
bebês ou bem pequenas. Elas cresceram. Hoje são homens e mulheres
que amo muito também, mas aquelas crianças se foram. É estranho
porque estão vivas, cheias de histórias, pessoas incríveis, mas as
vezes queria brincar mais uma vez com aquelas crianças. Sei que se
transformaram,se foram aos poucos e, na maioria das vezes,
trouxeram pouca coisa da infância. Certo que ganharam outras tantas
características que encantam a gente também. Mas a criança, aquela
criança...
Foto: Henrique Rocha |
Então fico aqui matutando, meio
saudosa meio feliz. As pessoas se vão aos poucos, mesmo antes de
ir.Estamos indo, seguindo intuições, fazendo escolhas e talvez um
tanto ou um pouco da gente vai ficando no caminho. Alguma coisa da
gente deve estar grudado nas paredes de uma casa, no livro que alguém
escreveu, na carta que alguém guardou, na marca de batom em algum
copo. A vida é mesmo um ir e vir. Vamos perdendo, acabando. Mas também ganhando. Só mesmo a saudade, essa
palavra difícil de traduzir para outros idiomas, é que acumula. Se
enche com as lembranças de crianças, de adolescentes, de adultos e
de velhos que amamos.
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